terça-feira, 27 de março de 2012

A Negação Do Laicismo Militante em Harbermas

Eu só acho que os fundamentos para um ateísmo politicamente motivado ou, melhor dizendo, para um laicismo militante também têm, em amplo sentido, decaído. Durante meu tempo de estudante, foram acima de tudo teólogos tais como Gollwitzer e Iwand que ofereceram respostas moralmente responsáveis às questões políticas que nos desafiavam após a guerra. Foi a Igreja Confessante que, então, com seu reconhecimento de culpa, tentou, pelo menos, um novo começo. Em ambas as confissões [católica e evangélica], leigos e teólogos
formaram associações de esquerda que buscaram libertar a igreja de suas alianças confortáveis com o poder estatal e com as condições sociais existentes. Elas buscaram renovação, ao invés de restauração, e
estabelecimento de padrões universais de julgamento no ambiente político público. Com seu testemunho exemplar e com sua amplamente efetiva mudança de mentalidade, surgiu um modelo de engajamento religioso que rompeu com a convencionalidade e interioridade de uma confissão meramente privada. Com uma compreensão não dogmática da transcendência e da fé, este engajamento levou a sério os alvos mundanos
da dignidade humana e da emancipação social. Ele uniu-se, em uma arena polifônica, com outras forças que pressionavam por uma democratização radical.
O ateísmo metodológico da filosofia hegeliana e de toda apropriação
filosófica de conteúdos essencialmente religiosos (o que não afirma nada
a respeito da autocompreensão pessoal do autor filosófico) tornou-se um
escândalo aberto apenas após a morte de Hegel, à medida em que se
instaurou o 'processo de queda do espírito absoluto' (Marx). Os hegelianos
de direita, que até hoje reagiram apenas de forma defensiva a este
escândalo, ainda precisam oferecer uma resposta convincente. Pois sob as
condições do pensamento pós-metafísico, não é suficiente abrigar-se sob
um conceito do Absoluto que não pode nem ser livrado dos conceitos da
'lógica' hegeliana, nem ser defendido sem uma reconstrução da dialética
hegeliana que seria significativa hoje e unir-se-ia a nossos discursos
filosóficos. Claramente, os jovens hegelianos não reconheceram com
igual acuidade que, juntamente com conceitos metafísicos fundamentais,
um ateísmo metafisicamente afirmado não é mais viável. Em qualquer
forma que o materialismo se apresente, dentro do horizonte de um modo
de pensamento científico falibilista, não é mais do que uma hipótese que,
na melhor das instâncias, na atualidade, pode apenas alegar
plausibilidade. (HABERMAS, 2002b, p. 68 et seq.,)

sexta-feira, 16 de março de 2012

A Redenção



Um novo ser, em uma outra logica, em um outro mundo.

A salvação da pena pelos pecados cometidos e a vitória de cristo sobre a morte, também é a vitória de cristo sobre o poder do pecado, resultado da salvação é a vida, pois antes da obra redentora de cristo, nos éramos como mortos, e o salario do pecado é a morte, porque o pecado é a celebração do individuo como um ser autossuficiente, sem ter a menor condição de viver de forma plenamente independente, seja de Deus , seja do outro. Seu resultado não pode ser outro a não ser uma vida de engano, presa a um circulo vicioso, e por fim a morte.
As pessoas mortas já em vida não conseguem perceber a logica do Reino de Deus porque, só os vivos sentem o sabor da vida, os outros sentem até o cheiro, mas não conseguem sentir o sabor da alegria de viver com simplicidade, de ser honestamente livre, livre da soberba, e da falta de esperança, que angustia o coração e corrói o homem ate  morte física. Porque para viver de verdade é preciso assumir a dependência, e preciso despojar-se do “poder” que o individuo acha que tem, e se entregar.
É unir-se com cristo e que é a personificação do próprio Deus, causando uma profunda transformação na percepção do mesmo e de sua missão no mundo.
É mudança profunda na cosmovisão, e no lugar das minhas vontades como ponto central de existência, Deus passa a ser a prioridade, e a implantação de seu Reino como a missão do homem, em um mundo dominado pelo individualismo e pela ganancia, o homem redimido vai de encontro aos que sofrem, aos pobres, os que choram, e lutam para manter a beleza da vida, e se negam a perder a humanidade.
O esvaziar-se de si mesmo não deve ser encarado como uma despersonificação, mas a descoberta de uma nova logica para esta vida, sua identidade continua a existir, mas agora com uma esperança, a esperança de que o mundo pode ser diferente.
O outro mundo possível, para min, não deve ser visto não como um projeto de poder, (o poder na mão dos bonzinhos), nem apenas como um ideal utópico, e é muito mais que uma teoria econômica, ou uma promessa religiosa, mas é experimentar a redenção,
A redenção é a própria transcendência, é receber um toque na alma, do próprio Deus, e o pulmão se enche de ar como se fosse pela primeira vez, e os olhos enxergassem o que jamais foi visto antes (a realidade).
O primeiro mundo a ser mudado e redimido, deve ser o seu próprio mundo, o mundo que te cerca, que você toca e que te toca, ate as fronteiras do seu limite de atuação, uma vez que este lugar se enche da realidade esperançosa, o mundo faz bem mais sentido. Um mundo onde o maior poder é o de servir e se alegrar no outro.
Ser redimido e ver que as flores ainda são coloridas, apesar do cinza da cidade, é perceber que mesmo no desespero dos adultos, as crianças continuam a brincar, e sorriem, e encontram nas coisas simples deste mundo uma fonte de alegria, seja uma caixa de sapato, ou uma caixa de fosforo, e fazem isto todos os dias , como se fosse um dever, e exercem a vocação divina de ver o lúdico e o belo e o emocionante, nos entranhas de um mundo onde nem tudo é felicidade e que grita que não há um motivo para brincar.
O homem redimido é o que faz coro com Francisco de Assis e que clama a Deus;
Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
O mistério da cruz é a imagem grotesca e chocante de uma pessoa inocente crucificada e agonizando até a morte, em um dia de trevas, mas foi o único ato capaz de revelar o que já ouve de mais belo e na história da humanidade, o amor elevado na sua ultima instancia, O AUTO-SACRIFICIO.
O redimido compreende que se colhe o que se planta, e dá ao outro não para obter de volta, mas porque os que estão em Deus só sabem viver assim, fazendo o bem, transformando a realidade, semeando esperança, distribuindo o que se tem de melhor, a alegria do viver.
Se te falta sabor na vida, se te falta esperança, se o seu mundo não anda nada belo, está na hora de ser redimido e de uma vez por todas experimentar a REDENÇÃO.
Um novo ser, em uma outra logica, em um outro mundo.

REV Eric Rodrigues
Vitória ES
Sexta feira , 16 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

O culto e Sua Riqueza

Paroquia Anglicana Holy Cross  


A Adoração da igreja de Cristo deve ter uma fundamentação logicamente Cristológica, mas até o obvio para alguns seguimentos parece ser um absurdo. A centralidade do culto é o próprio Cristo, ele é o porquê do ajuntamento da comunidade, que se une para celebrá-lo, servi-lo e louvá-lo. 

O culto deve celebrar a vida morte e glorificação do Cristo, relembra toda a economia da salvação descrita nos evangelhos, e é bem mais que uma mera lembrança ou um teatro memorial, pois cristo é presente na liturgia, com seu Reino de graça, é a reatualização de sua obra redentora, é certo afirmar isto, pois no culto deve haver a propiciação da justificação e redenção, garantida pela cruz e presente na comunidade reunida, o processo da santificação dos fieis também se insere e se dá através da na confissão dos pecados e sua absolvição.


Quando se perde de vista o objetivo central do culto a celebração pode se tornar uma grande anomalia repleta de idolatria, e ideologias pagãs, e acabar se tornado um ritual místico sem sentido, ou com um sentido bem distante da tradicional assembléia dos fieis. Hoje não é difícil identificar cristão que mudaram o cerne do culto de forma trágica, desenvolvendo esquisofrenices litúrgicas, na falta do Cristo encarnado, (que deve sempre presente na celebração) encaixa forçadamente coisas absurdas no lugar.


Por meio do culto a igreja deve reconhecer seu papel diaconal, reconhecer que não existe para si mesmo, rejeita a síndrome do fim em si mesmo e assume a vocação de ser fonte de inspiração para acolher o outro em forma de serviço. A catolicidade da igreja também é um elemento importante na liturgia, pois o culto aponta para esta comunhão, que misticamente ultrapassa as barreiras geográficas e temporais.


Agora como em um culto é possível tanta riqueza e expressão de significados ? Através do sistema de signos, que utiliza do simbolismo para nos remeter ao seu elemento fundante, seja ele teológico ou sociológicos ou filosóficos.O empobrecimento dos símbolos no culto também contribui para o deixar vazio de conteúdo, como uma fé sem doutrina, os símbolos e gestos servem para expressão o sentimento litúrgico, e á expressão e exteriorização deste sentimento, demonstrando à fé, o arrependimento, a ação de graças, a súplica e a adoração.






rev. Eric



A Liturgia Anglicana

 A Liturgia Anglicana pode ser divida em quatro partes: (1) os Ritos Iniciais; (2) a Liturgia da Palavra; (3) a Liturgia Eucarística; e (4) os Ritos Finais. Há partes fixas, que se repetem a cada celebração, e partes móveis, que permitem outros modos de expressão diante de Deus.

1) Os Ritos Iniciais: começam com um cântico (ou Salmo) e a procissão de entrada; o sacerdote ocupa o seu lugar, saúda o povo, pronuncia as palavras de acolhida; conduz o povo à confissão de pecados e pronuncia a absolvição e a Coleta do Dia.

2) A Liturgia da Palavra: consta das leituras na seguinte ordem: Antigo Testamento, Salmo (seguido do Glória Patri se este não foi lido ao início da celebração), Novo Testamento e Evangelho. As leituras são determinadas pelo calendário litúrgico e são extraídas do Lecionário do LOCb (onde se segue a leitura chamada trienal: ano A, B e C, uma para cada domingo do mês). Em seguida, vem o sermão, o credo e as orações do povo.

3) A Liturgia Eucarística: no LOCb prescreve várias orações eucarísticas alternativas, em geral inicia com o ofertório (ofertas voluntárias, em espécie, e oferta dos elementos: Pão e Vinho, trazidos ao altar), Grande Oração Eucarística, Pai Nosso, Fração do Pão, Comunhão, Oração Pós Comunhão.

4) Os Ritos Finais: constam da despedida, da bênção e do envio ao mundo em missão.


RITOS INICIAIS

a) Acolhida: é uma saudação informal onde o oficiante dá as boas-vindas aos demais participantes da celebração. Faz a introdução ao tema, ao assunto do respectivo domingo dentro do Calendário do Ano Cristão. Introduz o povo no ambiente da celebração. Saúda os visitantes;

b) Saudação: trata-se de uma saudação formal e recíproca, onde o oficiante e comunidade saúdam-se. De acordo com rubricas, existem três formas: uma utilizada da Páscoa até o Pentecostes; outras durante a Quaresma e em outras ocasiões penitenciais; e a mais comum, para as outras ocasiões do ano;

c) Coleta pela Pureza: uma das únicas partes da longa série de orações acompanhando cerimônias privadas do celebrante que o Arcebispo Cranmer conservou ao compor o primeiro LOC (1549). Ela provém do Rito de Sarum. É uma coleta exclusivamente anglicana (mas que pode ser encontrada nas orações luteranas para os oficiantes);

d) Gloria in Excelsis: no século VI era usado, assim como o Te Deum Laudamus, na Oração Matutina das igrejas da Gália (469-542). Era um hino matinal sírio, fazendo parte até hoje dos ofícios bizantinos. Nos ofícios romanos foi incorporado nas missas para domingo e dias santos, salvo os das quadras penitenciais. Em geral é utilizado após a absolvição entretanto, conforme a forma utilizada no LOCb pode variar de lugar na liturgia (após a Coleta por Pureza ou nos Ritos Finais, sendo que no tempo do Advento e da Quaresma devem ser omitidos, assim como qualquer cântico de “Glória”);

e) Kyrie: já presente no clamor de Bartimeu, no Evangelho. Quando os cristãos passaram a incluir essa exclamação no ofício, estavam a confessar Jesus como único Senhor e negando a veneração divina a qualquer senhor deste mundo. “Kyrie Eleison” é, na sua origem, um clamor coletivo da comunidade pelas dores do mundo e não um clamor individual das pessoas pelo perdão dos seus pecados. Pode ser cantado como alternativa ao Glória, mas é usado como resposta ao Resumo da Lei na Ordem Penitencial, ou em resposta a cada afirmação do Decálogo;

f) Confissão, é uma confissão geral de pecados, que deve ser dita de joelhos. A referência foi colocada na revisão de 1675, por influência escocesa, pois que antes o presbítero permanecia de pé, o que ainda acontece na Inglaterra.

g) Absolvição, pode ser pronunciada pelo presbítero, ou pelo bispo, quando presente . Quem a pronunciar, fará voltado para o povo, porque se fala em o nome de Deus, cujas misericórdias não podem ser contadas e com Quem está o perfeito perdão.

h) Coleta do Dia: uma breve oração usada em conexão com alguma parte do culto. Originalmente, todas as litanias finalizavam com uma oração resumindo todas as petições e súplicas (a coleta da litania). Assim, desse papel da oração em reunir, coligir, proveio o nome de coleta (collectio, collecta). Coleta foi, pelo século VI, assimilada na coleta da litania que era usada a guisa de intróito ao ofício de comunhão. É devido a esse incidente que as nossas coletas de hoje, na sua grande maioria, tem como tema rogar pela graça e misericórdia divinas e, assim, como conclusão penitencial.


LITURGIA DA PALAVRA
a) Leituras: foi provavelmente São Jerônimo (340-420) quem primeiro escolheu e dispôs as Epístolas e os Evangelhos. A leitura do Antigo Testamento e Epístolas devem ser feitas do atril pelo(a) leitor(a). O Salmo do Dia deve de ser lido na forma antifonal e seguido do cântico (ou recitação) do Glória Patri (no tempo do Advento e da Quaresma devem ser omitidos, assim como qualquer cântico de “Glória”). O Evangelho é uma seleção de ensinamentos do ministério de Jesus e destina-se a proclamar algum evento da vida de Jesus ou alguns dos seus ensinos admiráveis. O Evangelho deve ser lido no meio da congregação, ou do púlpito (e não do atril), por um Diácono, quando presente, ou outro oficiante.

b) Sermão: após a última leitura bíblica e sua respectiva resposta pela comunidade, a Liturgia da Palavra continua com o Sermão, que deve versar sobre uma das leituras feitas, ou mesmo fazendo referência a todas.

c) Profissão de Fé: o Credo é a declaração oficial das verdades das Sagradas Escrituras sobre a qual se baseia a Igreja. Foi colocado na liturgia para combater as controvérsias. No Oriente, foi introduzido no ano 417, em Antioquia, e em Constantinopla no ano de 511. No Ocidente, o 3º Concílio de Toledo (589) ao inserir o Credo no rito mozárabe contra os arianos. Logo se difundiu na França; mas só foi incorporado à missa romana em 1014. O LOCb contém dois Credos: o Apostólico e o Niceno. O Credo dos Apóstolos é baseado no antigo Credo Romano, que se constituiu a partir do século II, em relação com a celebração do batismo. Foi provavelmente em Roma que tal texto se formou. O Credo Niceno, também conhecido como Niceno-Constantinopolitano, é uma paráfrase, um pouco aumentada, do Credo estabelecido pelo Concílio de Niceia, embora só fosse definitivamente elaborado pelo 2º Concílio, em Constantinopla, em 381. É o único Credo universalmente aceito. O LOCb ainda oferece outras formas de confissão alternativas

d) Oração dos Fiéis (Intercessões): as intercessões são feitas pela Igreja, seus membros e sua missão, pela nação e por todos que exercem autoridade, pela paz e salvação do mundo, pelas preocupações da comunidade local, pelos que sofrem, pelos que partiram.


LITURGIA DA EUCARISTIA

a) Ofertório, as sentenças do ofertório, que foram designadas para serem cantadas como antífonas (offertoria), servem agora somente para anunciar que se vai proceder à coleta nos serviços divinos e que vai começar o ato de oblação na ordem para a administração da Ceia do Senhor, podendo cantar-se um hino durante o mesmo. É parte invariável do culto desde o período apostólico (cf. 1Co 16.2). As salvas recebidas pelo ministro serão solenemente apresentadas e postas na Santa Mesa, passando depois para a credência, que é a mesa auxiliar. As ofertas partem do povo e significam seu respeito e louvor de gratidão a Deus. As oferendas serão apresentadas quando o povo estiver de pé. Faz-se, ainda, o ofertório ou apresentação dos elementos eucarísticos.

b) Saudação da Paz, feita após as intercessões, preparando para a o ofertório, é uma saudação entre as pessoas participantes do ofício litúrgico. O Novo Testamento menciona, como saudação, o ósculo santo, costume ainda comum nos povos orientais que, infelizmente, as igrejas ocidentais perderam (pode ser utilizada após a oração do Pai Nosso).

c) Oração Eucarística, a parte central, a parte sacrificial por excelência da Celebração da Santa Eucaristia. Sua correspondente nos ritos orientais é a “Anáfora”, e no romano, o “Cânon”. As palavras da Oração Eucarística não são fórmulas, mas uma oração que a comunidade dirige a Deus, conforme um padrão básico comum. Esse padrão parece estar preservado numa Oração Eucarística registrada na Tradição Apostólica de Hipólito de Roma e anotada por volta do ano 215:

I) Saudação, um diálogo introdutório, cuja origem é o judaica (Seder);

II) Sursum Corda, convida-se a comunidade a elevar seus corações, o que equivale dizer pensamentos, a Deus (é um dialogo entre o celebrante e os comungantes que precede à eucaristia em todas as liturgias históricas);

III) Ação de Graças, o celebrante convida a todos a participar das ações de graças. Com estes três elementos, forma-se a chamada: Introdução (ou Diálogo), Sursum Corda e Convite.

IV) Prefácio, há dois prefácios: um permanente e outro do dia (chamado também de Próprio).Permanente: ao dar graças pelas grandes obras de Deus no passado (como Criador e Redentor), a comunidade proclama a sua fé na continuidade de tais atos no futuro. A confiança na continuidade da fidelidade Deus é que permite à comunidade entrar na celebração da Eucaristia, com a certeza de que ali Cristo estará presente e se entregará às pessoas comungantes. Próprio:muda conforme o dia, e no rito romano é considerado como uma porção introdutória à Oração. No LOCb, há Prefácios Próprios para o Natal, Epifania, Purificação, Anunciação, Transfiguração, Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, todos os santos etc. São os grandes eventos da vida de Jesus ou de significação histórica e doutrinária para Igreja. Variam conforme o Calendário Cristão, representam a significação e intenção da eucaristia que se celebra.  Os prefácios são expressões de nosso louvor a Deus pelas fases grandiosas do mistério da encarnação e da salvação.

V)    Sanctus, o uso frequente do Sanctus no ritual judaico talvez tenha influenciado em sua inclusão na liturgia. Às vezes dá-se o nome de Triságio ao Sanctus.

VI) Benedictus, a saudação proferida pela multidão a Jesus quando de entrada triunfal em Jerusalém (Mt 21,9). Todas as liturgias anteriores à Constituição Apostólica (350) inserem o Benedictus após o Sanctus, exceto a liturgia do Egito. O LOC de 1549 uniu ao texto original do Sanctus o versículo de Lc 18.38, paráfrase que permaneceu, mesmo depois dos cortes feitos pela revisão de 1552.

VII) Memorial, refere-se à redenção. O rito romano se distingue pelo aspecto sacrificial, de modo que oblação é o tema que se nota por quase todo o cânone. O sacrifício, entretanto, é essencialmente eucarístico, isto é, trata-se de ação de graças pelos frutos da terra, pão e vinho, rogando que Deus os abençoe para a comunhão dos fiéis. Com o intuito de evitar que continuassem a interpretar as expressões do rito primitivo da eucaristia numa perpetuação do sacrifício do calvário, Cranmer eliminou toda a ideia de oblação dos elementos, fazendo com que as frases tivessem referência não aos elementos, mas às aspirações dos ofertantes, registrando na oração que o sacrifício e a morte de Jesus na cruz são únicas e definitivas.

VIII) Palavras da Instituição, em forma de uma narrativa, conforme pronunciadas por Jesus (cf., 1Co 11,24-25). A sua função é recontar o relato da Última Ceia de Jesus com seus discípulos, ou seja: autoridade para celebrar a Eucaristia não vem da comunidade, mas de Jesus na ultima ceia. Por isso, reconta-se aqui a narrativa da instituição. Ao dizer as palavras sobre o pão, ergue-se a hóstia, fazendo-se o mesmo com o cálice.

IX) Anamnese, in memoriam mei, não é mera lembrança, recordação, mas realização. A Anamnese chama, invoca uma pessoa ou um acontecimento do passado e o torna presente, ativo, efetivo, aqui e agora. “Seguindo o mandamento de Teu Filho, comemoramos, até que Ele venha”. A Anamnese torna eficiente ao comungante a obra de Jesus ocorrida no passado. O que aconteceu lá se torna válido, na Anamnese, ao comungante. Tem duas partes: , ela lembra aspectos essenciais da vida e obra de Jesus (a encarnação, a paixão, ressurreição e ascensão do Senhor; muitas vezes, cita também a mediação de Cristo à direita do Pai e sua Segunda vinda); 2ª, traz a declaração explícita de que se está aqui oferecendo o pão e o cálice, exatamente com esse significado e objetivo de celebrar a obra de Cristo, em obediência à Sua ordem.

X) Epiclese, termo grego, designa, normalmente, o pedido ao Pai, para que envie o Espírito Santo. Há dois tipos de epiclese nas Orações Eucarísticas: epiclese de consagração: invocação do Espírito sobre os elementos eucarístico, separando-os do uso comum ao sagrado; epiclese de comunhão: invocação do Espírito para que realize aquilo que é o fruto da Eucaristia, a comunhão em Cristo, sendo, assim, uma invocação do Espírito sobre a Igreja. Por meio dela se expressa que nem a pessoa oficiante, nem a comunidade, nem a Igreja são proprietárias da Eucaristia. Nenhuma delas tem em seu poder realizar o que a Eucaristia deve realizar, mas, somente Deus, por Seu Espírito.

XI) Intercessão pela Igreja, no mundo inteiro, pelos bispos, pelos ministros e fiéis, pelos falecidos que morreram na esperança da ressurreição, na memória dos santos e mártires, podendo ser uma intercessão geral.

XII) Doxologia, quer dizer “louvor”, “ação de graças”. A Oração Eucarística termina assim como começou. Trata-se de uma doxologia trinitária, ou seja, de uma exaltação da Trindade.

XIII) Amém.

d) Pai Nosso. Podendo seguir-se a saudação da paz, se não foi feita anteriormente.

e) Fração do Pão, ao partir dir-se-á um dos textos previstos no LOCb.

f) Agnus Dei, cântico primeiramente adotado na liturgia de São Tiago de Jerusalém, que pode ser dito ou cantado ou mesmo fazer a Oração de Humilde Acesso, ou ainda, cantar um hino apropriado.

g) Comunhão do Celebrante, que deverá ser feita enquanto se canta o Agnus Dei ou outro hino escolhido.

h) Comunhão dos presentes, que deve ser feita com os mesmos vindo á frente, ajoelhando-se, e com as palavras ditas pelo celebrante: “O corpo (sangue) de nosso Senhor Jesus Cristo te preserve na vida eterna”.

i) Coleta Pós Comunhão, o LOCb a insere como ação de graças depois da Comunhão. Neste ponto, retornou-se ao padrão das liturgias orientais, estabelecendo uma forma fixa.

RITOS FINAIS

a) Glória in Excelsis, se este cântico não foi feito ao início da liturgia, será incluído aqui, ao final do serviço religioso.

b) Bênção, retirada dos ritos romanos, continuou a ser usada nos ritos galicanos e naturalmente na Inglaterra, até ao tempo da Reforma, com formas variadas que se alteravam, conforme a estação eclesiástica, no Sarum. Era, porém, prerrogativa episcopal somente. No LOCb o ofício termina com uma bênção pronunciada pelo presbítero, em o nome de Deus. A bênção realizada pelo celebrante com os braços erguidos e a palma das mãos voltadas para baixo, sobre a congregação. Este é um gesto de imposição de mãos sobre os eclesianos.

c) Despedida, Cranmer deixou de lado o ite, missa est, substituindo pelo “vamos partir em paz” do rito bizantino, que lhe inspirou a buscar a frase de Paulo em Fl 4.7, com que se inicia a fórmula que temos em no LOCb, e que é privilégio do Diácono proferir.



* Rev. Carlos Alberto Chaves Fernandes, ofa, é Presbítero da Diocese do Recife; Pároco daParóquia Anglicana da Santíssima Trindade, em Copacabana, Rio de Janeiro; Venerável Arcediago Sul-Sudeste; Frei da Ordem Franciscana Anglicana (OFA).
Contato: revbeto@gmail.com .





Religião de Israel No Período Helenístico






Apenas Algumas Questões 



A)Saduceus

Os saduceus eram sacerdotes que defendiam que defendiam a resistência a qualquer renovação na teologia e no culto no templo de Israel oriundo do helenismo, apesar de adotarem a cultura helênica como estilo de vida, se consideravam guardiões da lei mosaica e guardiões da tradição, e meticulosamente procuravam excluir a influencia estrangeira. Adotaram a imposição de leis para manter a pureza cultura, dentre elas a proibição de casar-se com residentes do pais que não pertenciam a comunidade do templo judaico.
Eles também eram exímios defensores das leis do templo, e defendia a aplicação literal da lei escrita, eles rejeitavam a tradição oral e rejeitavam idéia não documentadas na lei escrita. Por isto rejeitavam a idéia dos fariseus de ressurreição dos mortos e negavam de forma veemente a existência de anjos e espíritos.

B)Apocaliptismo

É um movimento muito importante e o mais relevante na esfera religiosa do templo de Israel no período helenístico. E foi um movimento decisivo na história da formação do cristianismo.
O Apocaliptismo inspirou a revolta dos Macabeus, deu origem e manteve a comunidade dos essênios, alimentou a guerra romano-judaico e mais tarde a revolução de Bar Kokeba; mas ele também foi o intermediário da herança de israel e sua tradição profética para João batista e Jesus e seus seguidores, serviu de ponte entre o novo e antigo testamento e alem disso, o Apocaliptismo foi fator decisivo em movimentos de protesto, renovação e libertação em formas posteriores tanto do judaísmo como do cristianismo.
Alguns conceitos teológicos deste movimento são;
Os conceitos de caos e criação são dominados por elementos provenientes da mitologia médio-oriental. A criação é entediada como resultado de uma batalha contra poderes caóticos. O futuro também é visto como uma batalha contra o caos que levará a uma reconstituição cósmica da criação. A renovação não resulta de eventos históricos, mas de uma revolução drástica e catastrófica a acontecer no céu e também na terra. A nação e o povo eleito não constituem ais uma identidade. Somente os eleitos em Israel que observam os mandamentos divinos estão destinados a participar da bem-aventurança futura. Os descrentes e desobedientes em Israel serão devidamente castigados.
A teologia da história é substituída pela sabedoria. O conhecimento da situação individual deriva não das experiências políticas da historia da nação, mas da compreensão da situação humana. O conhecimento da conduta pessoal correta num mundo dominado pelo mal só pode ser obtido a partir de um entendimento das realidades cósmicas ais amplas. Filosofia e gnose são, portanto, os ingredientes consistentes do pensamento apocalíptico.
Os conceitos apocalípticos só sobreviveram em movimentos sectários: os Essênios, os fariseus e os cristãos, e de forma mais radical no gnosticismo, onde a rejeição da história se transformou em principio metafísico.


C) Essênios

São uma seita que evoluiu dos círculos dos assideus, cujo protesto contra a helenização do culto em Jerusalém desencadeou a revolta dos Macabeus. Os essênios construíram um complexo comunitário no desetro no local de uma antiga fortaleza israelita há muito em ruínas.  Escavações neste lugar encontrou importantes inscritos, os chamados manuscritos do mar morto.
Eles se consideravam o verdadeiro povo de Deus, a aliança renovada dos últimos dias.
Eles defendiam uma pureza cultural, que envolvia a observância dos rituais da lei, com o acréscimo de algumas peculiaridade essenicas, entre as quais a introdução de um calendário solar, organizado de modo a evitar que as principais festas caíssem num sábado. As normas de pureza pertencem a orientação escatológica básica dos essênios. Como se consideram os eleitos, destinados a desempenhar um papel decisivo nas batalhas do fim dos tempos, eles precisavam viver em constante preparação para guerra dos filhos da luz contra os filhos das trevaz. A orientação escatológica da comunidade aparece em todos os aspectos de sua vida.
Eles desapareceram da história depois que os romanos destruíram Qumrã.


D) Os fariseus

Os fariseus apareceram na época das primeiras comunidades cristãs, os fariseus aparecem como um grupo de leigos, advogado, escribas e sacerdotes, Seu principal intento é alcançar um objetivo religioso, especificamente, o cumprimento da lei e a preservação das tradições paternas sob as condições de um mundo mudado. Um elemento importante do helenismo presente no farisaísmo é seu individualismo. A separação de observância com relação ao culto do templo e ao contexto imediato da comunidade cultural possibilitava ao individuo cumprir a lei mesmo quando vivia puro e impuro. Outra característica helenística de piedade para a qual os fariseus desenvolveram uma analogia judaica é misticismo. Em nosso estado atual de conhecimento é difícil determinar quanto tempo depois o misticismo rabínico (cabala), para não mencionar o gnosticismo.
Os fariseus constituíram uma associação organizada informalmente em torno de interesses comuns; seu único laço institucional era a casa-escola comum que, como uma escola filosófica, oferecia, oferecia instrução aos jovens. Depois de catástrofe de guerra romano-judaica, a reorganização do judaísmo segundo o espírito e a tradição do farisaísmo transformou a instituição da escola em sua base e esta se manteve como característica do judaísmo rabínico.

E) Teologia da sabedoria experiencial

A Teologia de sabedoria de Israel acontece de longa data a teologia da sabedoria do período helenístico. Foi um fenômeno internacional, e essas tradições se desenvolveram a parti da experiência de muitas gerações em vários aspectos da vida. A transmissão da sabedoria exigia tradição solidamente estabelecida e fundamentava-se na função do mestre da sabedoria. O inicio da teologia da sabedoria está ligado ao surgirmento do apocaliptismo, mas seus caminhos se separaram, laços continuaram existindo durante muito tempo. Segundo a sabedoria se dirige aos seres humanos em sua relação com seu destino, que é tão divino quanto a origem de que eles procedem. Desse modo, pessoas sábias e justas são fundamentalmente, e mesmo metafisicamente, distintas ds não-justas.
A sabedoria ocupou posição importante também na teologia apocalíptica, embora de modo diferente. Aqui a sabedoria só chega por meio de revelação como um segredo que visões, sonhos êxtases desvelam.
O conhecimento do mundo não está mais na experiência e observação da natureza, mas deriva de visões inspiradas de coisas no céu e na terra inacessíveis á observação humana, O sábio é um possuidor de inspirados segredos; baseados neles, ele revela o futuro, instrui outras pessoas sobre o passado e mostra como ambos determinam o presente. Um fenômeno típico desse conceito do sábio é expresso com freqüência na pseudo-epigrafia, quando escritos aparecem sob o nome de um homem sábio do passado, como Enoc ou Daniel.






Sobre a Filosofia Pós-Metafisica


A filosofia metafísica é aquela que se preocupa em formular conceitos tão simples, claros e básicos que podem servir de fundamento para todos os demais conceitos. É a explicação racional sobre o todo da realidade, estuda a realidade que está alem da realidade física, natural, cuidar de problemas que afetam conceitos. Seriam as grandes meta narrativas, o que trataremos aqui é o contrario disto, não de forma a anular o fundacionismo mas transcendê-lo.

A filosofia pós-metafisica é a forma de fazer filosofia que recusa a procurar conceitos filosóficos que sirvam de fundamento para outros conceitos filosóficos e que, por sua vez sirvam de fundamentos para todos os saberes humanos, neste conceito a filosofia e a resolução de problemas, fazendo mediação entre crenças conflitantes, sonhar o futuro sem negar o passado.

Uma característica pós-metafísica é a perda da matriz ou fundamento metafísico e religioso de todo pensar e agir. Outrora, cria-se que tal fundamento era a condição de possibilidade do pensamento e da vida, que vida e pensamento não seriam possíveis sem uma concepção de Deus ou de natureza da realidade que lhes desse sentido. A cultura, na verdade, seria algo a ser pensado no interior de tal concepção fundacionista, como decorrência da criação divina ou produto da natureza da realidade. Ao longo da tradição, diferentes críticas foram feitas àquilo que se deveria entender por esse fundamento. Tais críticas tiveram sempre em vista revisar ou corrigir a apresentação do fundamento. Assim, a metafísica, a teologia, a moral, a razão e finalmente a linguagem cumpriram esse papel de instância de fundamentação. A cultura pósmetafísica, entretanto, teria levado o processo de crítica inerente à tradição de pensamento ocidental a tal ponto que teríamos eliminado sua possibilidade mesma, de modo que já não precisamos buscar pelo fundamento nem na religião nem na metafísica nem em parte alguma. A ausência do fundamento é o que marca profundamente nossa cultura que, portanto, pode ser definida como anti-fundacionista.

Uma filosofia pós-metafísico seria, então, descrita como uma reflexão radicalmente dialogal. Quando permitimos que o dialogo seja nosso guia, e a comunicação intersubjetiva tome o lugar do pensamento individual especulativo estamos pensando de forma pos-fundacional, no século xx este jeito de fazer filosofia se tornou predominante a partir do que se chamou de virada lingüística. A virada lingüística é um conceito que tente expressar o reconhecimento de que a linguagem humana só tem sentido no dialogo, na comunicação intersubjetiva.
Com a ajuda da virada lingüística, podemos superar a descrição metafísica do mundo feita por platão. Começando por reconhecer que o mundo “sensível”é o mundo “real” e , a partir desse reconhecimento, entendemos qua a linguagem humana não é uma realidade fora do mundo, mas é uma característica de ação humana no mundo sensível. Assim não confundiremos as coisas com os conceitos.

Assim a filosofia deixa de ser uma filosofia que procura o mundo cerdadeiro e os fundamentos da realidade. A filosofia deixa de descrever as palavras como uma espécie de copia da realidade e passa a entender as palavras como representações de nossos pensamentos, de nossas interpretações da realidade. A filosofia se torna forma de pensar que se ocupa da solução de problemas concretos da vida humana. A filosofia deixa de ser especulativa e se torna prática. Deixa de ser reflexão e se torna conversação.
O pensar de modo não-metafisico nos ajuda a não separar a reflexão da ação, a teoria da pratica, a linguagem das relações pessoais. Somente construímos conhecimento válido e útil mediante o dialogo critico e honesto a respeito da realidade em que vivemos. Uma situação concreta que pode ser refletida a partir deste conceito é a da pregação, por exemplo.

Esta forma também nos ajuda a ter critérios para discernir criticamente as idéias e as falas das outras pessoas e aprendemos que as palavras não tem sempre o mesmo significado.o significado das palavras depende do jogo de linguagem em qual palavra é usada. Sendo assim se faz necessário a compreensão e uso desta forma do fazer filosófica na tentativa de diminuir as fronteiras nas relações pessoais, através de um  dialogo constante, em um mundo em transformação constante transformação.
Rev. Eric

terça-feira, 13 de março de 2012

começo

Inaugurando este blog , que pretende ser uma espaço para registro dos meus estudos, reflexões, e aprendizado.