quarta-feira, 14 de março de 2012

Sobre a Filosofia Pós-Metafisica


A filosofia metafísica é aquela que se preocupa em formular conceitos tão simples, claros e básicos que podem servir de fundamento para todos os demais conceitos. É a explicação racional sobre o todo da realidade, estuda a realidade que está alem da realidade física, natural, cuidar de problemas que afetam conceitos. Seriam as grandes meta narrativas, o que trataremos aqui é o contrario disto, não de forma a anular o fundacionismo mas transcendê-lo.

A filosofia pós-metafisica é a forma de fazer filosofia que recusa a procurar conceitos filosóficos que sirvam de fundamento para outros conceitos filosóficos e que, por sua vez sirvam de fundamentos para todos os saberes humanos, neste conceito a filosofia e a resolução de problemas, fazendo mediação entre crenças conflitantes, sonhar o futuro sem negar o passado.

Uma característica pós-metafísica é a perda da matriz ou fundamento metafísico e religioso de todo pensar e agir. Outrora, cria-se que tal fundamento era a condição de possibilidade do pensamento e da vida, que vida e pensamento não seriam possíveis sem uma concepção de Deus ou de natureza da realidade que lhes desse sentido. A cultura, na verdade, seria algo a ser pensado no interior de tal concepção fundacionista, como decorrência da criação divina ou produto da natureza da realidade. Ao longo da tradição, diferentes críticas foram feitas àquilo que se deveria entender por esse fundamento. Tais críticas tiveram sempre em vista revisar ou corrigir a apresentação do fundamento. Assim, a metafísica, a teologia, a moral, a razão e finalmente a linguagem cumpriram esse papel de instância de fundamentação. A cultura pósmetafísica, entretanto, teria levado o processo de crítica inerente à tradição de pensamento ocidental a tal ponto que teríamos eliminado sua possibilidade mesma, de modo que já não precisamos buscar pelo fundamento nem na religião nem na metafísica nem em parte alguma. A ausência do fundamento é o que marca profundamente nossa cultura que, portanto, pode ser definida como anti-fundacionista.

Uma filosofia pós-metafísico seria, então, descrita como uma reflexão radicalmente dialogal. Quando permitimos que o dialogo seja nosso guia, e a comunicação intersubjetiva tome o lugar do pensamento individual especulativo estamos pensando de forma pos-fundacional, no século xx este jeito de fazer filosofia se tornou predominante a partir do que se chamou de virada lingüística. A virada lingüística é um conceito que tente expressar o reconhecimento de que a linguagem humana só tem sentido no dialogo, na comunicação intersubjetiva.
Com a ajuda da virada lingüística, podemos superar a descrição metafísica do mundo feita por platão. Começando por reconhecer que o mundo “sensível”é o mundo “real” e , a partir desse reconhecimento, entendemos qua a linguagem humana não é uma realidade fora do mundo, mas é uma característica de ação humana no mundo sensível. Assim não confundiremos as coisas com os conceitos.

Assim a filosofia deixa de ser uma filosofia que procura o mundo cerdadeiro e os fundamentos da realidade. A filosofia deixa de descrever as palavras como uma espécie de copia da realidade e passa a entender as palavras como representações de nossos pensamentos, de nossas interpretações da realidade. A filosofia se torna forma de pensar que se ocupa da solução de problemas concretos da vida humana. A filosofia deixa de ser especulativa e se torna prática. Deixa de ser reflexão e se torna conversação.
O pensar de modo não-metafisico nos ajuda a não separar a reflexão da ação, a teoria da pratica, a linguagem das relações pessoais. Somente construímos conhecimento válido e útil mediante o dialogo critico e honesto a respeito da realidade em que vivemos. Uma situação concreta que pode ser refletida a partir deste conceito é a da pregação, por exemplo.

Esta forma também nos ajuda a ter critérios para discernir criticamente as idéias e as falas das outras pessoas e aprendemos que as palavras não tem sempre o mesmo significado.o significado das palavras depende do jogo de linguagem em qual palavra é usada. Sendo assim se faz necessário a compreensão e uso desta forma do fazer filosófica na tentativa de diminuir as fronteiras nas relações pessoais, através de um  dialogo constante, em um mundo em transformação constante transformação.
Rev. Eric

Um comentário:

  1. Cada vez mais o dialogo vai estreitando e as fronteiras se levantando, quem e capaz de discernir esse espirito do tempo

    ResponderExcluir